«Brincar é uma necessidade do ser humano em qualquer idade e não
deve ser visto apenas como diversão ou entretenimento. O lúdico facilita a
aprendizagem, o desenvolvimento pessoal, social e cultural, colaborando para um
saudável e harmonioso crescimento.
Todos brincamos ou brincámos, contudo este brincar não é
semelhante ao longo do tempo. Uma criança com dois ou três anos gosta de brincar sozinha, tem necessidade de
manipular vários materiais e uma curiosidade incessante, sobre si e também
sobre tudo o que a rodeia. Dos quatro aos seis anos, as crianças adoram mostrar
o que já sabem fazer e procuram os elogios para as suas proezas. No entanto, a
sua capacidade de concentração e de entrega a uma tarefa ainda é diminuta, pelo
que trocam frequentemente de atividade, procurando com regularidade uma
imediatamente mais satisfatória.
Dos sete aos nove anos procuram mais as atividades lúdicas que
envolvam esforço físico. Dos dez aos doze anos, interessam-se muito por
atividades ao ar livre, de grupo, e é aqui que, por exemplo, as atividades
desportivas e os jogos de equipa são sentidos como mais agradáveis e
prazerosos.
Após os treze anos, as atividades lúdicas das crianças
diferenciam-se de forma mais notória nos rapazes e nas raparigas. Por um lado,
eles preferem atividades de maior intensidade, com tarefas que exijam força,
resistência, velocidade e coragem. Enquanto as meninas preferem atividades mais
calmas e que requeiram maior habilidade.
Todavia, esta brincadeira não deve ser livre, ou seja, a criança
deve ser “conduzida” e acompanhada, para que esta aprendizagem seja a mais
correta. É então papel fundamental dos pais, mas também dos educadores, no
sentido de orientarem e de facultarem à criança os materiais necessários a esta
atividade. Estes materiais não são necessariamente brinquedos ou jogos, podem
também ser dados à criança outros objetos que permitam imaginar e projetar
neles funções que não as originais. Não devemos pois esquecer que a forma como brinca vai
fazer com que a sua personalidade seja formada, pois é através das brincadeiras
que ocorre a descoberta de si mesmo e do outro».
Artigo
escrito por Renato Paiva, pedagogo
Fonte: Revista
Pais&Filhos
Imagem retirada de: http://www.asquithnannies.co.uk/blog/ |
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